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O que é a PBE?


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A Prática Baseada em Evidências (PBE) é uma forma de conduzir a clínica em psicologia que busca unir três pilares fundamentais:

  1. As melhores evidências científicas disponíveis;

  2. A experiência e o julgamento clínico do psicólogo;

  3. As características, valores e preferências de cada paciente.


Ou seja, não se trata de uma técnica ou abordagem específica, mas de um modo de pensar e tomar decisões clínicas de forma responsável, ética e fundamentada.


Um pouco da história

A ideia de fundamentar as práticas em evidências não é nova. Desde meados do século XX já existia um debate sobre a eficácia das psicoterapias. Em 1952, por exemplo, o psicólogo Hans Eysenck publicou um estudo afirmando que a psicoterapia não seria mais eficaz do que o simples passar do tempo, o que provocou grande discussão e levou à busca por dados que comprovassem cientificamente os resultados clínicos.


Esse movimento cresceu principalmente nos anos 1990, inspirado pela medicina baseada em evidências. Em 2005, a American Psychological Association (APA) consolidou uma definição oficial da PBE em Psicologia, reforçando que o psicólogo deve tomar suas decisões clínicas considerando a ciência, sua expertise e as singularidades do paciente.


A importância da PBE

Adotar a prática baseada em evidências significa garantir maior qualidade, eficácia e ética no atendimento psicológico. Ela ajuda o profissional a se apoiar em estudos que comprovam quais intervenções funcionam melhor para determinados problemas, sem abrir mão da sua experiência e da individualidade de cada pessoa atendida.


Assim, a PBE:

  • fortalece a psicologia enquanto ciência e profissão;

  • promove um cuidado mais seguro, responsável e efetivo;

  • aproxima a pesquisa acadêmica da prática clínica;

  • oferece ao paciente a confiança de estar recebendo um tratamento com respaldo científico.


A relação com a clínica

Na prática clínica, a PBE não é uma “abordagem” ou uma “técnica específica”, mas um modo de pensar e decidir. O psicólogo que segue esse paradigma se pergunta constantemente: “Estou oferecendo o melhor tratamento possível para este paciente, considerando o que a ciência já sabe, a minha experiência profissional e as necessidades desta pessoa?”.


Desse modo, a PBE valoriza tanto a pesquisa científica quanto a singularidade de cada encontro clínico. Ela convida psicólogos e pacientes a caminharem juntos, em um processo colaborativo, onde a ciência apoia, mas nunca substitui, a sensibilidade humana da relação terapêutica.


A Prática Baseada em Evidências mostra que é possível aliar ciência e humanidade no cuidado psicológico, garantindo qualidade, ética e respeito à singularidade de cada pessoa.


Referências:

AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION. Evidence-Based Practice in Psychology: APA Presidential Task Force on Evidence-Based Practice. American Psychologist, Washington, v. 61, n. 4, p. 271-285, 2006. DOI: https://doi.org/10.1037/0003-066X.61.4.271.


LEONARDI, Jan Luiz; MEYER, Sonia Beatriz. Prática Baseada em Evidências em Psicologia e a História da Busca pelas Provas Empíricas da Eficácia das Psicoterapias. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 35, n. 4, p. 1139-1156, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-3703001552014.

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