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Autismo na vida adulta: o que diz a ciência e por que o apoio precisa continuar.

Atualizado: 14 de ago.


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Autismo na vida adulta: o que diz a ciência e por que o apoio precisa continuar. 


Quando pensamos em autismo, a imagem mais comum ainda é a de uma criança. Mas o transtorno do espectro autista (TEA) acompanha a pessoa ao longo de toda a vida, e os desafios não desaparecem ao completar 18 anos. Pelo contrário, muitas dificuldades aumentam justamente na transição para a vida adulta.


Um artigo de revisão publicado por Howlin & Magiati (2017) reuniu diversos estudos sobre os resultados na vida adulta de pessoas com TEA. As conclusões foram claras: a maioria dos adultos com autismo não consegue viver de forma plenamente independente. Muitos enfrentam dificuldades para entrar ou permanecer no mercado de trabalho. A integração social é limitada e a solidão é uma realidade frequente.


Problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, são extremamente comuns. O problema não é o autismo, é a falta de continuidade no suporte. Grande parte das intervenções em autismo é intensiva na infância, mas o que acontece quando essas crianças crescem? 


Muitas vezes, o apoio se interrompe, como se o autismo tivesse "passado". Isso não só não é verdade, como piora os desfechos de vida. A vida adulta traz novos desafios:

  • Autonomia

  • Relacionamentos

  • Trabalho

  • Saúde emocional


E cada um desses aspectos exige suporte individualizado e contínuo. O que precisamos fazer?

  • Planejar a transição desde a adolescência

  • Não esperar que o jovem "se vire". É preciso preparar esse caminho.

  • Apoiar a inclusão no mercado de trabalho. Não basta oferecer cursos: é preciso criar ambientes que acolham e respeitem.

  • Investir na saúde mental do adulto autista. Com escuta especializada, apoio terapêutico e estratégias anticapacitistas.

  • Incluir a família na jornada. Pois, muitas vezes, são os familiares que sustentam o adulto sem suporte do Estado.


Crescer também é parte do espectro. Se quisermos uma sociedade verdadeiramente inclusiva, precisamos olhar para a vida adulta com o mesmo compromisso e dedicação que temos com a infância. O autismo não desaparece com o tempo e nem deveria. O que precisa desaparecer é o abandono institucional e social que ainda marca a vida de tantos adultos autistas.


Psicóloga Ana Paula Paim 

CRP BA 03/12380


Referência: 

Howlin, P., & Magiati, I. (2017). Autism spectrum disorder: outcomes in adulthood. Current opinion in psychiatry, 30(2), 69–76. https://doi.org/10.1097/YCO.0000000000000308





















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