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Como os pais percebem a saúde de crianças e adolescentes com autismo?

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A forma como os pais veem a saúde de seus filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) revela muito mais do que um simples diagnóstico. Um estudo realizado com 387 pais em Fortaleza trouxe à tona dados importantes sobre essa percepção e o que ela significa para o cuidado e o bem-estar dessas crianças e adolescentes.


Saúde geral: positiva, mas com ressalvas

A maioria dos pais avaliou a saúde geral dos filhos com TEA como boa: 85,6% no caso das crianças e 77,3% no caso dos adolescentes. Essa é uma informação relevante, pois contraria a ideia de que viver com TEA, por si só, representa uma condição de saúde considerada ruim.


Saúde emocional é a maior preocupação

Apesar da avaliação positiva da saúde geral, mais de 75% dos pais relataram impacto negativo do TEA na saúde mental e emocional de seus filhos. Questões como ansiedade, isolamento, dificuldades de interação e uso de medicamentos aparecem como preocupações centrais.


A saúde física é percebida como favorecida

Curiosamente, muitos pais identificam influência positiva do TEA na saúde física de seus filhos, talvez pela rotina de cuidados, terapias e atenção frequente à saúde geral. Os dados mostram que 60,9% dos pais de crianças e 55,7% dos pais de adolescentes fizeram essa avaliação positiva.


Fatores que moldam essa percepção

A visão dos pais não vem do nada: ela está ligada a aspectos clínicos e sociais, como:

  • Uso de medicamentos

  • Histórico de prematuridade

  • Escolaridade dos pais

  • Presença de outras condições associadas

  • Participação da criança em escola e atividades sociais


Ou seja, famílias com mais apoio, rede social ativa e menos intercorrências clínicas tendem a ter uma percepção mais positiva da saúde dos filhos.


Cuidar do TEA é cuidar da família

Esse estudo reforça a importância de incluir a família no centro do cuidado. A percepção dos pais influencia decisões, adesão ao tratamento e, principalmente, o bem-estar da criança.


Ao ouvir as famílias e compreender sua vivência, damos um passo importante para construir um cuidado mais justo, sensível e efetivo.


Referência: 


MARINHO, M. A. et al. Percepção dos pais sobre a saúde de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista. Cadernos Saúde Coletiva, v. 33, n. 1, 1 jan. 2025.



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