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Você sabe o que é reabilitação cognitiva?


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A reabilitação cognitiva é uma intervenção terapêutica essencial no cuidado de pessoas que apresentam alterações ou prejuízos nas funções cognitivas, como memória, atenção, linguagem e funções executivas. Ela visa minimizar os déficits, promover a autonomia e melhorar a qualidade de vida. Ela consiste em um conjunto de técnicas e estratégias baseadas em evidências, voltadas à recuperação ou compensação das habilidades cognitivas afetadas por diversas condições, como AVCs, doenças neurodegenerativas (como Alzheimer), sequelas da COVID-19, entre outras. Trata-se de uma subárea da reabilitação neuropsicológica que foca especificamente no treino e desenvolvimento das funções cognitivas, muitas vezes associada a intervenções psicoterapêuticas, familiares e sociais.



Como funciona?

O processo de reabilitação cognitiva envolve várias etapas:

  1. Avaliação Neuropsicológica: realizada por psicólogos especializados, essa avaliação identifica as funções cognitivas afetadas e preservadas, bem como as necessidades específicas do paciente.


  2. Planejamento Terapêutico: com base nos resultados da avaliação, são traçadas metas terapêuticas personalizadas, que podem incluir:

    • Treinos de memória, atenção, linguagem e funções executivas.

    • Estratégias compensatórias, como o uso de agendas e lembretes.

    • Estímulos à neuroplasticidade, com exercícios que favorecem a reorganização cerebral.

    • Intervenções para manejo emocional e comportamental.


  3. Intervenção: as técnicas podem ser aplicadas em sessões individuais ou grupais, presenciais ou remotas, dependendo das necessidades e possibilidades do paciente. As intervenções são realizadas por psicólogos, neuropsicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, entre outros profissionais.


  4. Reavaliação e Ajustes: periodicamente, o progresso é avaliado e, se necessário, os objetivos e estratégias são ajustados.



Quais são os benefícios?

Estudos científicos demonstram diversos benefícios da reabilitação cognitiva:

  • Desenvolvimento das funções cognitivas, especialmente memória, atenção, planejamento e linguagem.

  • Maior independência nas atividades da vida diária, como autocuidados, gerenciamento financeiro e socialização.

  • Melhoria na qualidade de vida, redução da sobrecarga emocional e funcional.

  • Prevenção ou retardamento do declínio cognitivo. O que é particularmente relevante em casos de demência em estágio leve a moderado.

  • Redução de sintomas emocionais, como depressão, ansiedade e irritabilidade, frequentemente associados a déficits cognitivos.


Esses benefícios são especialmente importantes em populações vulneráveis, como idosos com demência, pessoas com sequelas neurológicas pós-AVC ou pós-COVID-19, e indivíduos com lesões cerebrais traumáticas.



Para quem é indicada?

A reabilitação cognitiva é indicada para pessoas que apresentam déficits cognitivos decorrentes de diversas causas, como:

  • Doenças neurodegenerativas: Alzheimer, Parkinson, demência frontotemporal.

  • Acidentes vasculares cerebrais (AVC).

  • Traumatismos cranioencefálicos (TCE).

  • Sequelas cognitivas pós-COVID-19.

  • Esquizofrenia e outros transtornos psiquiátricos com prejuízo cognitivo associado.

  • Transtornos do desenvolvimento neurológico.


Além disso, familiares e cuidadores também podem ser orientados durante o processo, aprendendo estratégias para apoiar a pessoa no cotidiano e reduzir a sobrecarga.



Como iniciar um processo de reabilitação cognitiva?

O primeiro passo é procurar um profissional qualificado, como um neuropsicólogo, que possa realizar uma avaliação completa.


O tratamento pode ser realizado em diferentes contextos:

  • Clínicas de psicologia e neuropsicologia.

  • Centros especializados em reabilitação.

  • Hospitais e ambulatórios.

  • Atendimento domiciliar ou online.


É fundamental que o processo seja interdisciplinar, envolvendo psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, médicos, fonoaudiólogos e assistentes sociais, conforme a complexidade do caso.


A reabilitação cognitiva é uma ferramenta fundamental para promover qualidade de vida e funcionalidade em pessoas com alterações cognitivas. Com o avanço das pesquisas na área e o desenvolvimento de novas técnicas, os resultados têm sido cada vez mais promissores.

Se você ou alguém que conhece enfrenta dificuldades cognitivas, buscar ajuda especializada é o primeiro passo para um processo de reabilitação efetivo.





Referências: 

CECATO, Juliana Francisca; MARTINELLI, José Eduardo. Reabilitação cognitiva em paciente com Síndrome Pós-Traumática: um relato de caso. Perspectivas Médicas, v. 26, n. 3, p. 42-50, set./dez. 2015. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=243243327007


CUNHA, Saulo Gabriel da. Estudo sobre a reabilitação neuropsicológica na avaliação cognitivo-comportamental em pessoas acometidas pelo Alzheimer leve. 2022. Projeto de Pesquisa (Graduação em Psicologia) – Universidade São Francisco, Bragança Paulista, 2022.


LEITE, Samuel Araújo. Reabilitação das funções mentais, cognitivas e psicológicas após quadro de covid-19. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS; UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. Reabilitação do paciente com condições pós-covid. São Luís: UNA-SUS; UFMA, 2021. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/29384.


SÁ, Camila de Carvalho et al. Eficácia da reabilitação cognitiva na melhoria e manutenção das atividades de vida diária em pacientes com doença de Alzheimer: uma revisão sistemática da literatura. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 68, n. 3, p. 153-160, 2019. DOI: 10.1590/0047-2085000000241.




Ana Paula A. Paim

Psicóloga e Neuropsicóloga Clínica

Especialista em Avaliação Psicológica

Diretora e Responsável Técnica da Clínica Villas Psi





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